quinta-feira, 19 de maio de 2016

É o APOCALIPSE!!!! AH, não péra... é só um filme meia boca...



Ai, ai... Dizem que quando não se tem nada de bom para dizer é melhor não dizer nada... mas eu tenho algo de bom pra dizer, mas vou contar no final, assim assopro depois de bater. 

O mais novo filme dos X-Men estréia hoje. Já vi a pré ontem. E me digo decepcionado pelo resultado geral. É um filme mediano, aquém do esperado para a proposta de trazer o vilão título, confirmando os medos que o visual altamente criticado do Apocalipse inspiraram. O filme tem vários pecados, alguns pela superficialidade, outros pelo exagero. Vou tomar a liberdade de contar algumas coisas, sem spoilers pesados, nada que não se tenha tido ideia pelos trailers e nada dentro de uma linha cronológica que te impeça de odiar o filme sozinho. No final vou colocar alguns previsões para o(s) próximo(s) filme(s) baseadas no que ocorre neste e, aí sim, com spoilers, mas estarão assinalados para que vc os deixe de lado. 

Depois da cenda de pós-créditos do filme anterior, En Sabah Nur criando sua pirâmide, você pensando no quanto é bom sair do núcleo Xavier/Magneto para ter um novo vilão. E mais: não um vilão qualquer, mas o Apocalipse, o primeiro mutante, o cara que deu tanta dor de cabeça para os X-Men que vale a pena ser visto. Mesmo nunca tendo realmente alcançado todo seu potencial nos quadrinhos. Confesso que não acompanhei todas as coisas relacionadas ao personagem nos quadrinhos pois parei com as revistas de linha no começo dos anos 90 por não aguentar mais a palhaçadas de personagem que morre e volta, virar clandestino, voltar, morrer novamente, etc., etc., etc.. Mas eu lembro dos desenhos e das críticas, das matérias, eu ainda me mantinha lendo Wizard. E lembrar quem é o Apocalipse dá esperança de ver o filme. Mas o diretor opta por simplificar uma coisa ou outra e temos um apocalipse com o visual Power Rangers, sim. Depois de ver o design rejeitado pela Fox, deu mais decepção ainda. Tudo bem que agora temos que mostrar o Oscar Daemeron pra ter um chamativo a mais, mas se abdicou de tem um vilão grande, que justificaria o mesmo estar sempre meio corcunda por causa do figurino. Sim, o Apocalipse sempre aparece com a cabeça meio inclinada. Se fosse grande, com os mais de dois metros que tem nos quadrinhos, ajudaria a justificar que tem que olhar para baixo para ver os outros. Fora isso, Apocalipse nunca precisou realmente de outros para lutar, sempre foi bom de briga. Sempre gostei daquela coisa de transformar a mão em marreta para socar os heróis. Ou em bate-estaca. Afinal, alguém que controla a matéria em nível molecular pode começar a controlar o próprio corpo como bem entender, o que me é muito lógico e aceitável. Mas acho que os efeitos iriam ficar caros e resolveram que ele ia precisa de capangas. Precisar, mesmo, não para ter apóstolos. 

As motivações se tornam vagas. Primeiro temos alguém que se considera um deus em uma cena de abertura memorável, que te empolga no começo do filme e faz imaginar que tudo vai seguir essa linha de grandiosidade. Mas vai despencando. E no fim o vilão só quer destruir tudo por um motivo besta. O Apocalipse original quer governar os fracos e dar poder aos fortes. Apocalipse aprecia os poderosos e os que tem recursos, sejam humanos ou mutantes, e os outros são escravos para suprir as demandas dos que tem poder para governar. Isso se perde no filme, temos um vilão caricato que perde sua proposta de evocação religiosa, de direito e poder divino de governar para algo mais mundano. Fica vago, fica como vilão da Disney que faz o mal pelo mal. 

A apresentação do novo Ciclope te faz pensar que, talvez, tenhamos o próximo líder dos X-Men, mas veremos depois que ter um Oscar faz com que uma líder seja melhor (não xingue, tá no trailer). Temos mais um menino aprendendo a ser homem... não, pera... ficou para o próximo filme também. Já a Jean Grey já parece mais velha que o Ciclope e, sabendo que os dois serão um casal no futuro (puxa, desculpa o spoiler... ) já se vê que não deu química. Eu não vi essa química, vi as tentativas, mas não rolou. Parecia eu quando tentava acertar com a aquela moça que não dava liga in nóis... parece forçado, um nada a ver. Nem vamos nos dar muito ao trabalho de discutir que o irmão mais velho é o Scott e não o Alex, mas que aqui tá invertido. Mas a Sansa vai daquele jeito Sansa. Não a enxerguei como uma Jean Grey carismática. E isso eu acho que é problema de direção e elenco, porque não é uma atriz ruim. Mas tá sem sal. Torço para que a Sansa volte para Winterfel com os poderes que aprendeu a usar e torre o piu-piu do Ramsay. 

A desculpa para a ganhadora do Oscar mostrar seu rosto real em vez da maquiagem é não querer ser heroína. Não se reconhecida. Tudo que a Mística tá sempre enrolada em alguma coisa e não usa o rosto mesmo, porque tá sempre maquinando algo para ganhar dinheiro, tocar o terror e se dar bem... ah, não, péra... essa é mercenária dos quadrinhos, não a Mística heroína do cinema. O Fera continua tomando suas drogas para não ficar azul. Mas a overdose foi de Mercúrio. Depois daquela ótima cena do Dias de Um Futuro Esquecido, o Brian resolveu que já que foi bom, vamos usar novamente. E criou uma cena para o Mercúrio. Muito legal. Muito maior. Muito cheia de detalhes. Muito maior e cheia de detalhes. E muito extensa. Não precisava tanto. E ficou muito mais puxando para aquelas sequencias do esquilo que toma café e o mundo para ao seu redor. Ficou aquela coisa de que se o povo gosta de doce, vamos fazer um doce maior com mais açúcar. Sempre vai ter alguém que goste, mas fica enjoativo. 

Mas se o Magneto era um personagem profundo, agora ele vira o Justiceiro. Não, péra... o Frank só acerta os criminosos, e esse resolveu descontar no mundo. De novo. Mais uma vez. Mas esse desenvolvimento do personagem até que não é ruim, apenas o deixa previsível, fácil de saber o que vai acontecer e tira um pouco do gosto pela coisa. Embora sempre seja bom ver Magneto usar seus poderes, ainda acho que o personagens foi explorado de uma jeito errado nesse enredo. 

Mas as sequencias de ação, as lutas, me deixaram boquiaberto. Como pode não saber usar cabo a essa altura da vida, meu povo? Depois de ver o trabalho das lutas coreografadas do Capitão América - Guerra Civil, onde você tem que ter o make in off pra saber onde se usou cabo e ver esse X-Men em que o Fera salta como o Homem de Seis Milhões de Dólares saltava na minha infância, ver a lentidão dos giros... não... tenho que dizer... a qualidade das lutas não é boa. E tem horas que você percebe o CGI tão tosco e outras que você olha para o cenário e quase lembra daqueles cenários de Viagem ao Fundo do Mar ou Perdidos no Espaço: você percebe a cidade artificial, a areia espalhada no chão. Não tenho como não perguntar a razão de terem chamado a mesma equipe de coreografia de lutas que foi usada em Guerra Civil. Até as coreografia de Batman Versus Superman estão melhores. E eu não gostei das lutas no BvS. 

A troca do jato dos X-Men por outro veículo parecido com o dos cartoons é uma deixa só pra todo mundo ter uniforme bunitinho. Funciona mas se você pensar um pouco lembra que é pouco provável. mas em algum momento o pessoal ia precisar de uniformes. 

Mas nem tudo é ruim. O fan service de apresentar o Wolverine foi bem feito, bem explicado e a cena, que disserem ser sangrenta é violenta, mas não sangrenta. Pode olhar para a tela para apreciar que só tem groselha quando tem jato indireto de sangue. Fora isso, é como a invasão da Mansão Xavier em X-Men 2. O que mais eu contar disso é spoiler, mas vou contar mais abaixo e você não precisa ler.

A Tempestade é a mais fiel aos quadrinhos e a Psylocke está ótima. Só que podiam mostrar mais dos poderes dela e ter mais falas. O mesmo para a Tempestadde, mas acho que essa foram pro pressuposto de todos conhecerem os poderes dela. 

E a cena de pós-créditos deve ser vista, embora só nerd véio vá entender o que significa. 

Agora os Spoilers e o futuro. 

Só leia depois de ver o filme. 

O Brian já disse que quer algo diferente para o próximo filme, um novo desafio. Então sugeriu o espaço. Se lembrarmos dos quadrinhos, os X-Men tem boas sagas cósmicas envolvendo o Império Shiar e a Ninhada. Lembrando que a morte da Fênix tem envolvimento direto do duelo dos X-Men com a Guarda Imperial de Shiar, podemos até perdoar (só que não) o Brian já mostrado a Jean Grey com o seu potencia de Fênix, que ela demora anos para desenvolver, mas no filme foi de um dia para o outro. Talvez o despertar adiantado da Fênix tenha chamado a atenção dos Shiar. 

Por outro lado, a aparente morte do Destrutor no lembra de que ele pode ter sido teleportado. Os ditos sobre o espaço lembram que o pai dos irmãos Summers é o Corsário, um terráqueo que foi pro espaço e virou contrabandista e mercenário sideral, tipo um Senhor das Estrelas. O fato de ver os pais dos Summers neste filme não significa que sejam pais verdadeiros em vez de adotivos, já que os dois, nos quadrinhos, perderam os pais em um acidente de avião durante uma tempestade. Mas seria um bom começo para jogar os X-Men no espaço: pai de um é mercenário cósmico e o poder da outra chama a atenção dos Shiar. 

O Wolverine fugindo do Projeto Arma X é uma sequencia linda, que evoca muito até da arte do Arma X original dos quadrinhas e da arte do Barry Windsor-Smith. Essa talvez seja a melhor cena do filme, mesmo sendo um fan service, e só dou reparo que Logan não usa um capacete, mas equipamento ao redor da cabeça. Fosse um capacete, como o design do Arma X, o momento em que Jean o retira pra finalmente vemos os olhos do velho Logan teriam mais impacto dramático do que o vermos desde que é solto de sua jaula. O fato de Jean liberar as memórias que encontrou para Logan fugir logo em seguida podem explicar a fixação que ele terá pela ruiva no futuro, mesmo ela sendo muito mais jovem do que ele. Mas é uma sina que a Sansa tem de ser perseguida por babões. 

Os impactos de uma destruição mundial como a causada pelo Apocalipse... digo, Magneto turbinado pelo Apocalipse terão consequencias? A Fox não liga muito para linha temporal, então não sabemos... mas se em BvS a destruição de Metrópolis e a apresentação do Superman para mundo causou confusão e se em Guerra Civil vimos que o mundo reconhece que precisa dos Vingadores mas que devem ser supervisionados pela ONU, o que será dos mutantes depois de metade do mundo ter sido revirado e Cairo ter virado uma pirâmide futurista gigante? Se fossemos seguir pela lógica, governos ao redor do mundo começariam a recrutar mutantes para ter suas equipes de ação de emergência, teríamos mais perseguição aos mutantes, mesmo sendo conhecido que os X-Men salvaram o mundo. Haveria um processo de militarização de poderes, com certeza e a lei de controle de mutantes se tornaria realidade, tanto para contê-los quanto para recrutá-los. O mundo deveria se tornar uma bagunça. E não acho que o Singer consiga fazer isso tudo, já que nem luta ele manjou de coreografar. 

A cena de pós-créditos quem mostra o logo da Essex Corp já nos diz que o Sr. Sinistro vai entrar no jogo e que já tem vários tubos de ensaio com sangue de várias cores, e agora o do Arma X. Isso é importante, pois sabendo que ele vai manipular os filhos de Scott Summers e Madelyne Pryor, e chegarmos ao Cable, e o Cable já foi confirmado no Deadpool 2. E se o próximo filme pular mais 10 anos, será em 1993. Tempo suficiente para zuar muito a vida do Ciclope. Quando chegar em 2003, então,  Ciclope já pode até ser avô. Que dirá, pai do Cable. 

O que importa é que X-Men já admite linhas temporais paralelas. Pode usar isso livremente e podemos ter alienígenas. Não, não sei se poderemos continuar contando com a megalomania simplista do Brian Singer.