sábado, 13 de maio de 2017

Alien: Convenant - Alienado



O xenomorfo de Alien - O 8º Passageiro, com aquele desing criado pelo H.G. Giger (5 February 1940 – 12 May 2014) já entrou para a nossa cultura popular, para a cultura nerd de forma irreversível. Já imaginamos nossos inimigos sendo hospedeiros dos aliens só pra imaginar o peito deles abrindo.
James Cameron dirigiu o Aliens: O Resgate em 86 e sacramentou os bichinhos de língua com boca dentuça, fora nos apresentar aos Colonial Marines. Claro que os filmes ajudaram a Sigourney Weaver a ficar conhecido no mundo todo. 

Meu!!! Eu tenho a caixa do Alien na estante! Eu tenho um xonomorfo na outra estante!

Aí um belo dia temos a notícia que o Ridley Scott e seu coração bate, seus olhos brilham e você pensa no terror que pode ser, já que Aline 3 e 4 foram... esquisitos. O 3 tentava voltar às raízes mas é meio estranho. O 4 é troncho demais. Os Alien Versus Predador são medianos e alguns consideram ruins. Eu até gosto, com algumas reservas. Mas lembramos de tudo isso e temos esperança de algo bom quando o pai da criança volta pra casa. 

Aí veio Prometheus. 

Não é um filme ruim. Tem uma Charlize Theron meio megera que me deixa meio abobado. O Idris Elba tá bem. Aquela menina daquele filme europeu também. E temos o MIchael Fassbender. O roteiro é meio assim. Poderia ser mais instigante. POderia. Mas não é. Mas não é um filme ruim. Só tem algumas coisas mal explicadas. A cena da navinha chegando ao planeta enorme é maravilhosa. Gosto dessas cenas de espaço. Numa escala 10, vai um 6,5. 

Ai esperamos o que vem depois. E vem Covenant. 



Os trailers te deixam com vontade de ver. O vídeo de ligação entre os filmes divulgado duas semana antes do lançamento te deixam com vontade de ver. Aí você vê e fica pensando em como desver. 

Vamos falar do filme sem dar spoiler, vamos falar pelo que podemos perceber do trailer pra não estragar a surpresa. Apesar de que, se você vai sempre ao cinema, vê filmes em casa, baixa pra ver, sei lá, dá seu jeito, não vai ter surpresa nenhuma no filme. É cantado o momento de cada vítima e de cada ataque das criaturas. Não tem suspense ou surpresas. Então, se aparecer algum spoiler, não é spoiler, você não precisa de mim para saber como a coisa vai acabar. 

Covenant é o nome da nave de colonização que está indo para planeta que pode ser terraformado para receber vida humana, carregando suas mais de 2000 almas. Uma evento cósmico obriga Walter, o sintético da nave, a acordar a tripulação para a emergência. 



Sabe, tripulação de emergência? Aquele pessoa treinado e preparado, astronautas prontos para lidar com o impossível para sobreviver no espaço? Igual ao Matt Damon no Perdido em Marte, que também é dirigido pelo Ridley Scott? Mecânicos, técnicos, militares, gente experiente e pronta para lidar com situações de risco no espaço. Esse pessoal que é acordado, esse povo bom. E quando consertam a nave, um chamado, pasmem que inédito, um chamado de rádio é captado e o esquadrão anti-sinistro vai investigar um planeta ainda melhor que o que eles estão indo colonizar, prontinho para ser colonizado. Como não viram antes, vai saber. 

Aí começam os absurdos. 

Você vai para um planeta possivelmente hostil, desconhecido, desce para dar uma espiada, e você não está na Interprise, para que seus scanners de longa distância digam se é seguro ou não andar por esse planeta classe M; você desce e já dá um abela cafungada nesse ar alienígena. Ninguém tem medo de respirar um esporo, um pólen, um patógeno qualquer. Meu, Vida, aquele filme que ninguém quis ver do micróbio que vira geléca e quer destruir tudo que não é ele, já ensinou que você não desce num planeta desses sem uma roupa de proteção até colher amostras e testar tudo. A NASA já ensinou isso. Só se você tem filtros biológicos no teleporte. Mas esse pessoal vai passear no jardim da morte de boné e jaqueta com a mochila nas costas como quem vai fazer uma trilha. 




Como o trailer mostra, o povo pega o peste no ar e aí o povo entra em pânico. PÂNICO. Sabe, aquele pessoal preparado e treinado para situações de emergência e sinistros? Então, a mina entra em pânico junto com a outra mina e aí começa a ir tudo pro vinagre, porque ninguém obedece protocolo de proteção contra patógenos. 

Surge o David, não é surpresa, a bola tava cantada. E você já saca que ele não é legal. Meu... desculpa, mas eu vou falar: o David meio que vira o HAL 9000, o computador com vontade de ser perfeito e não tá afim de concorrência com a humanidade. 

Walter... vá para Dagobah

Walter... I'm your father.

Daí pra diante vemos capitão de nave que arrisca todos os seus passageiros, gente que anda sozinha pra vc saber que vai morrer, e etc, etc, etc. Nem vou dizer que é clichê, pq é ruim, mesmo. Até a maior reviravolta não é surpresa, porque é tão cantado e esperado que não significa nada. 


A atuações são nada impressionantes e não nos ligamos a personagem nenhum. Não lembramos o nome de ninguém, nem da mocinha do filme. Quase nem vemos que o James Franco tava no filme. A gente lembra do Walter e do David porque o Fassbender leva o filme nas costas, mas não salva o filme. Nem declamando Ozymandias de Shelley. 

Meu nome é Ozymandias, rei dos reis:
Contemplem minhas obras, ó poderosos, e desesperai-vos!

Pior é que o filme, de certa forma, presta um desserviço à cronologia e à mitologia do Alien, pois muda coisas do universo expandido )se é que podemos chamar assim) em quadrinhos e livros, impossibilita todos os Alien VS Predador e te deixa imaginando com que isso vai ser ligado ao Oitavo Passageiro no próximo filme, pois vai ter pelo menos mais um. Quem escreveu o roteiro estava alienado. OU queria deixar todo mundo alienado sobre tudo que já conhecemos do Alien. Ou o Scott queria nos surpreender. Mas fez como aquele vô que quer te surpreender no seu aniversário e te dá um par de meias. 

Nota 4. E porque eu estou feliz hoje. 




Alien: Covenant (EUA, 2017)
Direção: Ridley Scott
Elenco: Michael Fassbender, Katherine Waterston, Billy Crudup, Danny McBrite, 
Duração: 123 minutos